SOBRE O BLOGUE

Este blogue foi instituído no ano transacto na Unidade Curricular de Metodologias e Técnicas de Educação, Gerais e Especiais II, sobre a orientação do Master Carlos Jorge De Sá Pinto Correia. A sua continuidade neste 3º ano tem como base a Unidade curricular, Metodologias de Acção Educativa da Licenciatura de Educação Socioprofissional. Servirá para registar e reflectir sobre as temáticas desenvolvidas nesta unidade e partilhar ideias, conhecimento e experiências.

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segunda-feira, 27 de junho de 2011

O que é um projecto?

O termo “projecto” provém do Latimp ro jice re que significa lançar para a frente e é o plano geral de trabalho para realizar qualquer acto, é a intenção de fazer alguma coisa.


Características dos projectos
O projecto centra-se no desenvolvimento de um processo. Existem características fundamentais que estão associadas a definição de projecto, com uma relação entre si, distinguindo-se de um plano.
Têm um propósito: a sua realização pressupõe um objectivo, formulado pelos autores e executores do projecto ou apropriado por eles, que dá unidade e sentido às várias actividades, e está associada a um produto final que pode assumir formas muito variadas. Procura responder ao objectivo inicial e reflecte o trabalho realizado.
Têm autonomia: tem como finalidade a introdução de mudanças reais numa situação. Os intervenientes podem ser os agentes dessa mudança, ou seja, têm capacidades de decidir e de influenciar o futuro que desejam.
São realistas: as suas metas devem ser alcançáveis, o que significa que devem ter em conta não só os requisitos como também os recursos financeiros e humanos disponíveis.
São autênticos: aquilo que se pretende fazer constitui um problema genuíno para quem o faz e envolve alguma originalidade. Os projectos surgem de novas ideias, sendo inovadores.
São complexos: o objectivo central do projecto constitui um problema ou torna-se uma fonte geradora de problemas. Exigem várias habilitações de planeamento e de implementação, e envolvem diversos parceiros e jogadores.
São progressivos: um projecto tem que ter em conta as condições objectivas. É necessário recolher informações que permitam conhecer a situação a definir o problema, os recursos disponíveis e os que se poderão disponibilizar.
São limitados no espaço e no tempo: o projecto tem uma dimensão temporal que articula passado, presente e futuro, num processo evolutivo que se vai construindo. Tem um início e um fim, e é implementado num local e contexto específico.
São dinamizadores: há um desejo, intenção ou interesse. Tem uma carga afectiva e é marcado por um empenhamento e compromisso.
São estas características que fundamentam o desenvolvimento de um projecto que nos remetem para a elaboração ideal, enquanto processo globalizante, baseado na autonomia e na participação.
(BOUTINET, 1986)


Fases de um Projecto
Diagnóstico Nesta fase ocorre uma negociação dos objectivos e prioridades e uma descrição dos meios em função das ideias. Também é nesta fase que os projectos podem ser alterados e/ou cancelados.
Planificação Nesta fase o grupo / empresa / pessoa analisa a ideia de uma forma mais estruturada, onde determina as características do projecto a ser desenvolvido (como objectivos a serem cumpridos e planificação de actividades a serem desenvolvidas).
Realização Nesta fase o projecto a ser desenvolvido é posto em vigor, ou seja, os objectivos apontados são cumpridos e as actividades propostas são executadas.
Avaliação Auto-avaliação do projecto a ser desenvolvido.


SERRANO, Glória Pérez, Elaboração de projectos sociais. Casos Práticos, Porto, Porto Editora, 2008

Fases para a elaboração de um projecto Social

Diagnóstico
- Detectar necessidades
- Estabelecer prioridades
- Fundamentar o projecto
– Delimitar o problema
– Localizar o projecto
– Rever a bibliografia
– Prever a população
– Prever os recursos

Planificação

Objectivos
- Gerais

- Específicos

Metodologia
-Actividades
-Técnicas e instrumentos
-Definir a população
- Identificar a amostra
- Recolha de dados
- Análise de dados
Calendarização
Recursos
- Humanos
- Materiais
- Financeiros
Aplicação/Execução
-Desenvolvimento do projecto
–Acompanhamento do projecto
–Controlo do projecto
Avaliação
- Avaliação do diagnóstico
- Avaliação do processo
- Avaliação final

Bibliografia:
SERRANO, Glória, Pedagogia Social, Educação Social, Madrid, Narcea Editores, 2003

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Fundamentos do Sistema Educativo

O Sistema Educativo é a expressão de uma concepção ideológica determinada pelo poder político. Ou, de outra forma dito, é uma Filosofia da Educação que determina toda uma concepção curricular dos vários níveis de ensino, na medida em que indica as finalidades e as grandes metas educacionais que o mesmo ensino visa.
Para alcançar estes objectivos, «o Estado promove a democratização da educação e as demais condições para que [aquela], realizada através da escola e de outros meios formativos, contribua para o desenvolvimento da personalidade, para o progresso social e para a participação democrática na vida co¬lectiva.» [Constituição da República, Artigo 73.º].
Decorrente do estipulado pela Constituição, é criada a Lei de Bases do Sistema Educativo – LBSE – [Lei n.º 46/86, de 14 de Outubro], aprovada pela Assembleia da República, em 1986, que estabelece as grandes metas para a educação e para a organização do Sistema Educativo Português, que no seu Ar¬ti¬go 1.º, número 2, diz: «O sistema educativo é o conjunto de meios pelo qual se concretiza o direito à educação, que se exprime pela garantia de uma permanente acção formativa orientada para favorecer o desenvolvimento global da perso¬nali¬dade, o progresso social e a democratização da sociedade.»
A LBSE vem, assim, dar corpo às orientações gerais que a Constituição prescreve, relativamente à educação e ao ensino. Dada a enorme importância destes dois documentos, é recomendável que todos os professores, bem como outros agentes de ensino, não ignorem estes instrumentos de orientação e de trabalho, tal como o documento que estabelece os princípios gerais da «Reestruturação e Organização Curricular» [Decreto-Lei n.º 286/89, de 29 de Agosto].
Basta a leitura dos três documentos supra citados para se dar conta das responsabilidades que competem à escola, no que concerne ao desenvolvimento dos diversos domínios da praxis educativa. Na perspectiva gizada nestes documentos, a escola deixa de ser um simples repositório de conhecimentos para passar a ser uma Instituição Formadora de indivíduos, através da qual crianças, adolescentes e jovens ou adultos obterão, de uma forma gradual e sistemática, a formação científica, técnica, social e cultural susceptível de os fazer compreender, criticar, aceitar e integrar-se no mundo do nosso tempo, que é um mundo em permanente devir.
No entanto, estas competências e capacidades – essenciais para atingir as grandes metas enunciadas – só terão realização plena se o poder político for capaz de reconhecer:
• Que é urgente a disponibilização dos recursos convenientes e necessários para que as escolas cumpram, com eficácia, as suas funções;
• Que a Reforma do Sistema Educativo só é viável com professores bem formados, motivados e justamente retribuídos, de acordo com as funções que desempenham;
• Que os alunos, pais e encarregados de educação têm o direito de não ver os seus esforços e sonhos desfeitos ou frustrados.
Para tanto, é necessário e urgente que, de uma vez por todas, e sem ambiguidades, os políticos responsáveis digam claramente qual o valor que o Estado atribui à função docente, à aprendizagem e, numa palavra, à escola. Com efeito, não é suficiente dizer, de quando em quando, frente às câmaras de televisão, «que temos que dignificar a função dos professores», «disponibilizar meios para as escola», etc., e, depois, tudo continuar mais ou menos como estava!, (António Pinela, Organização e Desenvolvimento Curricular, Barreiro, 1999, pp. 7-8.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Avaliação

A avaliação é uma gestão científica cujo objecto é examinar a capacidade de um agente para assumir um problema social, para satisfazer as necessidades sentidas pela população, para transformar uma determinada situação nas melhores condições possíveis; o que equivale a descobrir a produtividade de uma organização. O estudo compara o estado da realidade social da partida com o estado da realidade social após a intervenção, com o propósito de descobrir o eventual desvio entre os objectivos traçados e os resultados obtidos. Também inclui os componentes da acção que podem explicar o seu sucesso ou insucesso. Uma análise avaliativa conduz sempre a um diagnóstico que pode sugerir a alteração de um ou outro meio ou método de acção, mas que pode levar igualmente á necessidade de mudar de objectivo ou, ainda, a pôr em dúvida as estruturas do meio económico, cultural e político. Para Espinoza (1986), “ Avaliar é comparar num determinado instante o que foi alcançado mediante uma acção e o que se deveria ter alcançado de acordo com uma prévia programação.” Quando devemos avaliar? Avaliação Diagnostica (antes do processo de aquisição) Avaliação formativa (durante o processo) Avaliação sumativa (fim do processo)